sexta-feira, 22 de junho de 2007

Dois meses e meio é o tempo que temos para a construir. Postas as coisas assim, uma pessoa que conheça a dimensão e a grandeza da Festa do Avante (mas desconheça como ela é construída) dirá que em dois meses e meio não é possível erguer tamanha cidade. E muito menos é possível, dirá essa pessoa, preencher tal cidade com um tão vasto conjunto de actividades culturais, políticas, desportivas, gastronómicas, de convívio, como o que durante três dias ocorre, todos os anos, na Atalaia - isto para já não falar naquele ambiente de fraterna solidariedade, de camaradagem, de amizade, que faz da Atalaia, durante três dias, o espaço com maior índice de fraternidade por metro quadrado em todo o território nacional. É lá possível, em dois meses e meio, levar por diante tão grandioso e magnífico empreendimento!, só por milagre! – concluirá a tal pessoa. E com algum fundamento, reconheça-se: com efeito, construir uma festa como esta não é tarefa fácil; nem, em condições normais, é possível concretizá-la em tão pouco tempo; nem o tal ambiente é coisa que se decrete com carácter de cumprimento imperativo.
É claro que se a pessoa em questão passar por lá um fim-de-semana destes e assistir a uma jornada de trabalho (ou, quem sabe?, participar mesmo nela), não duvidará mais: porque ficará a saber como, porquê e por quem é esta Festa construída – e sabendo isso é fácil perceber tudo.
A Festa do Avante é a festa do PCP e, por isso, é a festa da militância. Não dessa militância que se vê nos outros partidos, feita ao sabor dos ventos que correm e, muitas vezes, em troca de gratificantes contrapartidas pessoais – mas da militância revolucionária assumida, feita da consciência política, partidária e de classe de milhares de homens, mulheres e jovens, portadores do mais belo ideal: o ideal comunista de justiça social, de liberdade, de solidariedade, de paz, de camaradagem, de amizade. E a verdade é que, quem luta pela transformação da sociedade capitalista numa sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração, transporta consigo fontes de força e disponibilidades de fraternidade e solidariedade inesgotáveis. É essa a força que emerge da Festa do Avante – quer no seu complexo e difícil processo de construção, quer no ambiente vivido durante os três dias da sua duração. É essa a razão pela qual nenhum outro partido nacional – nem todos juntos - é capaz de construir uma festa como esta.E é por isso que a Festa do Avante – Festa de Abril, portanto da liberdade e da democracia – tem sido um alvo preferencial da ofensiva dos partidos da política de direita ao longo dos anos. Uma ofensiva que tem assumido, em cada momento concreto, as características específicas da respectiva etapa da contra-revolução: à bomba, quando, em 1976, essa era a arma dos inimigos de Abril; com a recusa de terreno, nas fases seguintes, e com mil outras tropelias antidemocráticas sempre. Uma ofensiva que continua, assumindo, hoje, novas formas (já que todas as outras fracassaram) e que exige a mesma firmeza, determinação e serenidade com que vencemos as anteriores – ao fim e ao cabo, a mesma firmeza, determinação e serenidade que nos são exigidas nas lutas de todos os dias. Para os inimigos da Festa, ela é um mau exemplo: porque é exemplo de participação consciente, de determinação democrática, de trabalho voluntário e colectivo, de convicções firmes e coerentes, de ampla e fraterna solidariedade – tudo valores dos quais a modernidade dos executantes da política de direita foge como o diabo da cruz.
Da generalidade dos militantes comunistas que, no terreno, em jornadas de trabalho de fim-de-semana ou de fim de tarde, erguem a imensa e bela cidade que é a Festa – mais os que, nas suas organizações partidárias, por todo o País, a divulgam, vendem as EP’s, organizam deslocações colectivas de visitantes, preparam o recheio dos pavilhões – podemos dizer que são construtores de novo tipo: construtores que sabem que o seu contributo indispensável para o êxito da Festa é parte do seu contributo maior para a concretização das múltiplas tarefas que integram a actividade geral do colectivo partidário. Muitos dos que constroem a Festa foram, igualmente, construtores da poderosa Greve Geral de 30 de Maio e de muitas outras lutas entretanto levadas a cabo em resposta à política de direita ao serviço do grande capital – e são, e serão, construtores de muitas outras batalhas que a situação política nacional continua e continuará a exigir.
E a seu lado, tanto na construção da Festa como na organização e participação nas lutas, encontram-se muitos e muitos milhares de homens, mulheres e jovens que, não sendo militantes comunistas, sabem, por experiência própria, que nenhum outro partido nacional defende os seus direitos e interesses como o PCP o faz: sempre, em todos os momentos e situações, seja qual for a natureza das dificuldades e dos obstáculos que se lhe deparem.
Por tudo isto, a Festa do Avante é um espelho da actividade e da forma de funcionar do PCP, dos seus valores, dos seus objectivos, do seu projecto. Ali, no amplo espaço da Atalaia – primeiro, no processo de construção da Festa; depois, na sua concretização em multidão solidária, fraterna, livre e feliz - a intervenção criadora do colectivo partidário mostra que é possível um futuro de liberdade, de justiça social, de paz e de amizade entre os povos - o futuro pelo qual lutamos e de que a nossa Festa, em cada ano, nos mostra um pedacinho.
http://www.avante.pt - Jornal «Avante!»

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